A EMERGÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL COMO PROFISSÃO

O Serviço Social se emerge como profissão em decorrência de um conjunto de processos econômicos, sociais-políticos e teóricos culturais, por isso, para entender a emergência do Serviço Social como profissão é necessário entender a dinâmica das classes sociais e o desenvolvimento do capitalismo.
Antes, o Serviço Social era visto como uma forma de caridade, filantropia, que eram realizadas pela Igreja Católica no sentido de fazer a recristianização da nação, pois estava perdendo a sua supremacia, com isso, ela tentava moralizar a classe trabalhadora, trabalhando a questão da família e resgatando os fiéis.
Devido ao desenvolvimento do capitalismo, a questão social se agrava, e os trabalhadores começam a fazer reivindicações por melhores condições de vida e de trabalho, assim, aparece um novo mediador para a questão social, o Estado.
O Estado atuava de maneira a doutrinar a vida do trabalhador, para se enquadrar no viés capitalista, ou seja, o Serviço Social têm suas atividades interventivas, sua organização, seus objetivos e recursos determinados pela classe dominante para atender os seus interesses. O Serviço Social se desprende das bases confessionais e/ou particulares.
O Serviço Social se constitui como profissão quando se insere no mercado de trabalho, quando passa a ser um trabalhador assalariado. A dinâmica do Serviço Social está relacionado à dinâmica da ordem monopólica, é ela quem vai criar e fundar a profissionalidade do Serviço Social.
O Estado burguês enfrentava a questão social através de políticas sociais, onde os agentes técnicos exerciam uma ação executiva. O mercado de trabalho para o assistente social é constituído através das políticas públicas, o assistente social repõe o patamar das políticas públicas, introduzindo um diferente sentido, com novas estratégias para preservar a força de trabalho, e recuperando as formas cristalizadas de manipulação dos vulneráveis pelas questão social. O Serviço Social se insere em atividades que vão contribuir para o processo de reprodução, acumulação e valorização do capital, não desempenhando funções produtivas, mas sim funções que são impostas pela classe dominante.
De acordo com a implementação de políticas sociais que necessitam uma alteração prático-imediata de situações determinadas, a intervenção profissional se faz presente, como uma dimensão de resposta às políticas sociais.
Portanto, podemos perceber que o processo de profissionalização do Serviço Social surge de uma articulação entre a ideologia da Igreja Católica com o Estado, não escapando assim do jogo de forças ideo-políticas. Os agentes técnicos exercem funções executivas na implementação de políticas sociais-setoriais, e também devem ser especializados para que possam fazer uma intervenção, a fim de neutralizar as expressões da questão social. Os assistentes sociais vão se tornando permeáveis a outros projetos sócio-políticos, à medida que sua profissionalização se afirma. É nesse contexto de jogo de forças que o Serviço Social se emerge como profissão, inserida na divisão sócio-técnica do trabalho, a fim de amenizar as expressões da questão social.
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